Produtização da infraestrutura de TI

Acompanhamos já há algum tempo a mensagem que circula no mercado de que a TI está se transformando em um diferencial competitivo para as empresas, que  precisa agregar valor aos “seus clientes” e ser o alicerce para as iniciativas de transformação digital. Mas como fazer isso e ainda lidar com os incidentes que precisam ser tratados e endereçados a todo momento? Como contribuir de forma efetiva para o negócio sem ao menos participar do board de decisões? São desafios que ainda persistem.

O primeiro ponto a explorar é a expansão do conceito do “cliente” da área de TI: ele deixa de ser compreender somente os usuários internos e passa a abranger também todos os clientes da empresa. Aquele que traz a receita e deve ser para quem os serviços de TI precisam fazer a diferença. Esta dependência ficou muito evidente no último ano quando passamos do presencial para o remoto, da loja física para o e-commerce e da sala de aula para a sala de casa. Os destaques de sucesso foram para as empresas que conseguiram, com uso intensivo da tecnologia, sustentar e até mesmo ampliar o atendimento às demandas de seus clientes.

O que vimos no mercado foram times de TI completamente engajados com o negócio, colocando sua força de trabalho para atuar de forma remota e adaptar seus produtos e serviços às novas demandas praticamente ao mesmo tempo. Incontáveis também são os exemplos de produtos e serviços que surgiram motivados por este novo comportamento e demandas dos clientes. Tudo isso mostrou que ampliar a interação entre TI e Negócio pode trazer excelentes resultados em virtude da grande satisfação dos clientes. Então, este seria o momento para alavancar de vez as iniciativas de transformação digital? Provavelmente sim, mas algumas ações são necessárias.

Segundo um estudo do Gartner chamado “Adopt New I&O Organizational Structures to Drive Digital Transformation”, o grande desafio para atingir o “negócio digital”, incluindo a rápida adoção de nuvem, implementação de DevOps e gestão de produto, demanda a reestruturação de TI. Somente encontrando o modelo ideal será possível suportar estas iniciativas com excelentes resultados. O desafio aqui é identificar qual o modelo – ou o mix deles – que mais alinha a operação de TI às necessidades do negócio. Ainda segundo o mesmo estudo, até 2025, 70% das áreas de TI vão adotar um modelo diversificado para suportar as iniciativas digitais, contra apenas 10% em 2020.

Dito isso, quais são estes modelos? Vamos começar provavelmente pelo mais conhecido de todos, o modelo hierárquico lastreado em disciplinas técnicas:

Este modelo por muito tempo se mostrou eficiente por um simples motivo: ele na maioria das vezes atende muito bem à gestão de serviços de infraestrutura on-premises. Porém, ao se deparar com tecnologias emergentes, este modelo falha e faz com que as empresas busquem uma adaptação. Vale frisar que o modelo ainda tem o seu espaço no mercado, mas precisa ser complementado.

O segundo modelo é chamado de Centro de Excelência em Nuvem, uma tradução meio tosca para “Cloud Center of Excellence”. Este modelo visa endereçar as características dos serviços em nuvem ao invés da propriedade sobre uma única disciplina técnica. É impossível endereçar serviços de nuvem com um único time, como servidores, storage, banco de dados ou qualquer outra disciplina. Tal modelo pode ser implementado de várias maneiras: segundo a sua maturidade, conhecimento técnico, cultura e regras.

O modelo de Centro de Excelência em Nuvem geralmente é liderado por um arquiteto de nuvem e atua sob a autoridade do CIO.

Para suportar as iniciativas de DevOps temos um terceiro modelo, que atua com times estruturados em uma matriz. Os programas de DevOps precisam alinhar agendas, recursos e prioridades. Para conseguir isso, organizar os times em matrizes ajuda a atingir os objetivos.

Assim, o modelo centrado em produtos é composto por pessoas identificadas por seus nomes e funções, e a elas são atribuídas as entregas. É neste modelo que ouvimos falar sobre times, pods ou squads. A ideia é que estas subdivisões permaneçam intactas até a entrega do produto, independente do prazo. A partir daí são redirecionadas para outras tarefas. Para que este modelo tenha sucesso é crucial que o pensamento de todos esteja focado no produto, e que os conhecimentos não se limitem apenas à sua disciplina. Por isso que ele conta com “rodízios” entre o time e faz com que todos ganhem o máximo de experiência no contexto amplo.

Por último, temos um modelo que divide o trabalho em quatro fases: Planejamento, Construção, Transição e Execução (o nome original em inglês deriva da sigla PBTR: Plan-Build-Transition-Run). Este modelo tem como objetivo entregar produtos de alta qualidade com a combinação de times que executam o trabalho sob um fluxo específico de trabalho.

A fase de transição é a mais crítica, pois é a fase em que se estabelece o quão pronto o produto está antes de entrar em produção. Nesta fase, vários aspectos são avaliados, tais como qualidade do trabalho, documentação, custos e impactos na produção. Com esta estrutura, este modelo permite que o produto não exija muito esforço ao chegar na fase de execução. Basta apenas executar.

Os últimos eventos globais de saúde nos ensinaram que a TI precisa estar apta a responder rapidamente às necessidades dos clientes através de processos, recursos, funções ou o que quer que seja. Para isso, o foco precisa sair da infraestrutura e estar no produto, na entrega. A complexidade da infraestrutura pode ser minimizada contando com modelos de fornecimento que agregam muito além  de hardware e software. Contar com a experiência e a capacidade de fornecedores engajados e capacitados para apoiar este desafio é fundamental para o sucesso.

Estamos vendo cada vez mais o quanto é vantajoso ter na infraestrutura de TI um modelo de consumo, pagar pelo uso, no momento em que a dinâmica dos negócios exige isso. Um dos exemplos mais maduros deste modelo de consumo é fornecido pela HPE sob a marca HPE GreenLake. Trata-se de uma oferta de TI como serviço, que traz a experiência da nuvem para aplicativos e dados em qualquer lugar – data centers, multiclouds e borda – com um modelo operacional unificado. 

A HPE vem evoluindo seu modelo ao longo dos anos, sendo hoje a oferta pioneira e mais abrangente no mercado. Por ter um amplo portfólio de produtos e serviços, o HPE GreenLake aproveita toda a experiência da HPE, tanto tecnológica quanto de negócios. Por ter uma base instalada considerável, a capacidade de analisar a viabilidade abrange desde os aspectos técnicos até os financeiros, entregando Hardware, Software, Serviços, Gestão e Governança.

A adoção de modelos de consumo alinhados com a construção de um modelo operacional adequado ao porte de cada empresa fará com que o cliente final seja bem atendido, incrementando a receita e a satisfação geral.

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